Albaniza Veríssimo, primeira carteira do Norte/nordeste brasileiro
Por Roberto Fernandes, editor do Jornal Folha Regional
Na semana em que comemora-se o dia Internacional da Mulher o Jornal FOLHA REGIONAL, pesquisou e encontrou uma das mulheres que ajudou a escrever a história do norte/nordeste brasileiro. Albaniza Veríssimo de Souza, hoje com 38 anos, foi à primeira carteira, da Empresa Brasileira de Correios e telégrafos – EBCT, fato ocorrido mediante concurso público. Como toda boa história de mulher que mudou a realidade da época, Albaniza sofreu com o preconceito e com as condições de trabalho incompatíveis com o seu sexo.
Uma das figuras mais tradicionais entre as inúmeras categorias de trabalho é a do carteiro, que funciona como um elo entre as milhares de pessoas que, distantes, são beneficiados pelas ações dos profissionais da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT.
Albaniza Veríssimo entrou nos correios no dia primeiro de fevereiro de 1997, fato inédito no nordeste brasileiro, na época com 25 anos de idade a jovem foi uma das 35 pessoas aprovadas em concurso público para preenchimento de vagas nos quadros funcionais dos Correios. A jovem foi contratada, juntamente com outros 7 aprovados, todos do sexo masculino, ganhando um salário inicial de R$ 252,00.
Com direito a vale alimentação, assistência médico-hospitalar, mais uma cesta básica no valor de 10 por cento do valor real, Albaniza lembra que foi uma experiência inovadora “Na época eu fui notícia em vários jornais e rádios, passava na rua e todo mundo ficava comentando, e eu me perguntava se realmente aquilo valia a pena”, comenta.
A experiência de Albaniza Veríssimo durou a penas três meses. Na época a jovem ficou com a incumbência de entregar as correspondências dos bairros doze anos, Alto da Conceição e Boa Vista, ambos na cidade de Mossoró. A ex-carteira lembra das condições de trabalho que eram oferecidas “Na minha época não tinha fardas adequadas para mulheres, eu tinha que usar o banheiro masculino, e ainda tinha alguns homens que olhavam pra mim com segundas intenções”, comentou.
Albaniza tinha o direito, segundo as normas do concurso, de permanecer no emprego durante dois anos, porém as normas estabelecidas não foram cumpridas e carteira foi demitida depois de três meses no serviço. “Na época eu cheguei a enviar carta pras redações dos jornais explicando a minha exoneração do cargo. Meus superiores alegaram que eu estava acumulando serviço, portando não havia obtido a experiência necessária para a função” lembra.
Mesmo passados longos treze anos a ex-carteira, que carregará eternamente o título de primeira do norte/nordeste, ainda alfineta os superiores dos Correios “Eles disseram que eu não estava preparada, mas eu estava sim, prova disto é que passei no concurso público para o cargo, portanto eu estava apta a função”. disse.
A Agência dos Correios de Mossoró foi, portanto, pioneira duas vezes; a primeira por ter admitido uma mulher para o seu quadro funcional, a segunda por demitir alguém que havia assegurado sua vaga em um trabalho mediante concurso público. “Albaniza lembra que se o emprego fosse em sua cidade, talvez ela ainda tivesse no cargo até os dias de hoje “Se fosse em Apodi era tudo mais fácil, eu conhecia todas as ruas da cidade”, comentou.
Atualmente Albaniza Veríssimo de Souza é professora, concursada pela prefeitura municipal de Apodi. Sobre o triste episódio de sua história como carteira a professora lembra que foi positivo porque serviu como contribuição para mudar parte da história de lutas e conquistas da mulher brasileira.
Fonte: http://www.foconews.com.br/index.php?limitstart=20
Por Roberto Fernandes, editor do Jornal Folha Regional
Na semana em que comemora-se o dia Internacional da Mulher o Jornal FOLHA REGIONAL, pesquisou e encontrou uma das mulheres que ajudou a escrever a história do norte/nordeste brasileiro. Albaniza Veríssimo de Souza, hoje com 38 anos, foi à primeira carteira, da Empresa Brasileira de Correios e telégrafos – EBCT, fato ocorrido mediante concurso público. Como toda boa história de mulher que mudou a realidade da época, Albaniza sofreu com o preconceito e com as condições de trabalho incompatíveis com o seu sexo.
Uma das figuras mais tradicionais entre as inúmeras categorias de trabalho é a do carteiro, que funciona como um elo entre as milhares de pessoas que, distantes, são beneficiados pelas ações dos profissionais da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT.
Albaniza Veríssimo entrou nos correios no dia primeiro de fevereiro de 1997, fato inédito no nordeste brasileiro, na época com 25 anos de idade a jovem foi uma das 35 pessoas aprovadas em concurso público para preenchimento de vagas nos quadros funcionais dos Correios. A jovem foi contratada, juntamente com outros 7 aprovados, todos do sexo masculino, ganhando um salário inicial de R$ 252,00.
Com direito a vale alimentação, assistência médico-hospitalar, mais uma cesta básica no valor de 10 por cento do valor real, Albaniza lembra que foi uma experiência inovadora “Na época eu fui notícia em vários jornais e rádios, passava na rua e todo mundo ficava comentando, e eu me perguntava se realmente aquilo valia a pena”, comenta.
A experiência de Albaniza Veríssimo durou a penas três meses. Na época a jovem ficou com a incumbência de entregar as correspondências dos bairros doze anos, Alto da Conceição e Boa Vista, ambos na cidade de Mossoró. A ex-carteira lembra das condições de trabalho que eram oferecidas “Na minha época não tinha fardas adequadas para mulheres, eu tinha que usar o banheiro masculino, e ainda tinha alguns homens que olhavam pra mim com segundas intenções”, comentou.
Albaniza tinha o direito, segundo as normas do concurso, de permanecer no emprego durante dois anos, porém as normas estabelecidas não foram cumpridas e carteira foi demitida depois de três meses no serviço. “Na época eu cheguei a enviar carta pras redações dos jornais explicando a minha exoneração do cargo. Meus superiores alegaram que eu estava acumulando serviço, portando não havia obtido a experiência necessária para a função” lembra.
Mesmo passados longos treze anos a ex-carteira, que carregará eternamente o título de primeira do norte/nordeste, ainda alfineta os superiores dos Correios “Eles disseram que eu não estava preparada, mas eu estava sim, prova disto é que passei no concurso público para o cargo, portanto eu estava apta a função”. disse.
A Agência dos Correios de Mossoró foi, portanto, pioneira duas vezes; a primeira por ter admitido uma mulher para o seu quadro funcional, a segunda por demitir alguém que havia assegurado sua vaga em um trabalho mediante concurso público. “Albaniza lembra que se o emprego fosse em sua cidade, talvez ela ainda tivesse no cargo até os dias de hoje “Se fosse em Apodi era tudo mais fácil, eu conhecia todas as ruas da cidade”, comentou.
Atualmente Albaniza Veríssimo de Souza é professora, concursada pela prefeitura municipal de Apodi. Sobre o triste episódio de sua história como carteira a professora lembra que foi positivo porque serviu como contribuição para mudar parte da história de lutas e conquistas da mulher brasileira.
Fonte: http://www.foconews.com.br/index.php?limitstart=20
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