O jogo de palavras é tão inebriante e de fácil acesso que os jovens estão cada vez mais se interessando por essa área cultural. São inúmeras as iniciativas de instituições escolares que assimilam o ensino à poesia, como forma de conquistar os alunos à leitura e produção literária. Este é o caso da Academia Estudantil de Letras Poeta Antonio Francisco (AEL), da cidade de Apodi.
Uma prova de que aliar educação e arte é uma tarefa eficaz, a AEL desenvolve atividades como grupo de leituras. Foi exatamente num desses encontros, que a jovem Marina de Oliveira Viana, de 16 anos, se revelou num grande talento para a poesia.
A poetisa mora no sítio Cipó, onde mora com seus pais José Lindomar Viana e Maria da Salete de Oliveira Viana, e seus oito irmãos Lindemberg, Livaneide, Roberto, Sandra, Lindomar, Simone, Cilene e Jucival.
Apesar dos estudos virem tardiamente, pois começou a frequentar a escola aos oito anos, não a impossibilitou de aprender. Sua maior paixão hoje é ler, seja textos que falem do cotidiano ou as poesias sensíveis de Fernando Pessoa, seu autor preferido.
"A poesia para mim é algo inexplicável que sai de dentro da gente como se fossem recados do coração. Antes de escrever poesia, eu fazia histórias em quadrinhos. Depois que fui alfabetizada, com mais ou menos nove anos, passei a ler muitos poemas e achava-os lindos!", conta Marina.
O interesse em produzir poesias surgiu através dessa leitura cotidiana. De tanto ler, certo dia falou para si mesma: "vou escrever" e, escreveu. "Comecei a fazer pequenos versos e não parei mais. Eu gosto de escrever sobre muitas coisas, mas amo mesmo é falar sobre os sentimentos e atitudes das pessoas. Primeiro porque cada pessoa é única, tem seu jeito especial de ser. Segundo porque gosto de observar e, através de meus poemas, expor o meu ponto de vista", revela a jovem escritora.
O que torna o trabalho de Marina ainda mais especial é por ela produzir manualmente os pequenos livrinhos de poesias. Ela afirma que essa ideia surgiu por acaso. "Já que eu gostava de escrever por que não criar, produzir um livrinho baseado num real? Então fiz o primeiro, por brincadeira, só para minhas amigas lerem. Nunca tinha pensado em escrever um livro de verdade. Atualmente tenho oito livretos, todos produzidos e ilustrados manualmente por mim".
Um dos fatores mais importantes no ingresso de Marina na área literária é o apoio e incentivo da família. Sua irmã Simone foi a primeira a ler seus versos e pediu para que continuasse a escrever. "Além dela, houve ainda os professores e alunos da escola Lourdes Mota, em especial, os professores Dehon, Raimundinho e Rokatia", destaca.
Seu primeiro livro de poesias será lançado brevemente através da Academia Estudantil de Letras. "A AEL significa uma benção de Deus para mim. Sem ela eu dificilmente conseguiria a publicação da minha obra. E a ideia de ter um livro meu publicado é maravilhosa. Parece até um sonho. Com o lançamento, espero o reconhecimento por parte das pessoas. Torço para que elas gostem das minhas poesias e quero continuar escrevendo muito", afirma.
Marina ainda manda uma mensagem para todos os jovens, cheios de sonhos e planos: "Deus sabe o que faz. Se algo é impossível para você, para Ele não é. Quando Deus age, ninguém impede. Todos nós podemos e temos capacidade de vencer. Basta lutar que Deus dá a vitória. Vão em frente e deixem seus sonhos fluírem".
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